segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sobre "fofurinhas", "ossadas ambulantes", passado e futuro....


Sempre que eu vou tratar dessas imagens nas aulas de primeiro ano, eu digo:
"Então vamos falar das minhas fofurinhas...",
e então emendo aquela ladainha
natural de uma aula
que não pode deixar de falar
dos detalhes e idéias que,
talvez, a UnB, em sua infinita magnitude,
possa vir a cobrar um dia,
em uma prova qualquer.

Mas o que eu quero mesmo
é que todo mundo entenda as razões
que fizeram homens, a milhares de anos atrás,
perceber e acreditar na beleza embutida
em moças rechonchudas e carnudas.
Creio que poucos alunos meus não saibam
que as relações entre aquela obesidade e a fertilidade
é que fizeram com que aquelas figurinhas
fossem tratadas e entendidas como deusas...

E hoje em dia???
Alguém poderia me fazer entender as razões que levam mulheres a se acabar de tanto fazer regime?
Qual seria a razão de tanta magreza?
Por que a bulimia?
A anorexia???
Vai entender...
Mulheres magras não têm "o que" pegar,
não têm "o que" apertar,
não têm sustância e,
pelo que vemos em entrevistas,
nem mesmo tem conteúdo.
Mas será que não têm conteúdo
porque não têm mesmo,
ou porque não precisam ter?
As gordas pré históricas seriam tão idiotas e imbecis
quanto as modelos atuais?
Será que suas amigas magras
ficavam comprando idéias
em infinitas consultas com pajés,
de como tornarem-se gordas e ao mesmo tempo vazias,
e fúteis, e doentes, e sem graça, e sem tudo...
Será que as minhas fofurinhas eram o retrato
de tudo o que eu mais recrimino hoje???

A minha crença em não poder acolher tal idéia
vem das dificuldades da época...
Ninguém teria tanto tempo,
tanta comida para se empanturrar
para pura e simplesmente, só,
ser gorda...
Sem mais nada pra pensar na vida...
Mas minha batalha é inglória
minha crença se esvai quando percebo
a futilidade da cultura atual...

Oh mundo atual cruel e banal!!!

Tomara que alguém entenda tudo isso um dia
e escreva em um blog moderno qualquer
sobre o assunto pré histórico que levanto,
para que todos entendam o que eu não entendo
e que possam fazer entender aquilo que faço meus alunos entenderem hoje...
Entendeu???
Não???
Nem eu...
Então deixa!!!