quinta-feira, 20 de março de 2008

Páscoa, Chocolate e Preguiça

Já reparou que em véspera de feriado a gente fica numa preguiça disgramada?!?!?
Uma lerdeza, uma lezera...
Parece que o corpo amolece antes da hora sabe, principalmente porque a cabeça sabe que tá quase podendo desligar, então...
Mas aí, olha a merda...
Passei segunda, terça e quarta esperando a porra do feriado e, numa preguiça louca, não fui atrás dos tais ovos de páscoa pra família...
Deixei pra hoje, e daí que...
Fudeu!!!!!!!!!
Comprei dois Ferreros Rocher por uma fortuna!!!!!!!!

Sim, é uma fortuna sim!!!

30 reais em 250 gr de chocolate!!!!!!!

É simplesmente um absurdo!!!

Façamos as contas: 30 reais / 250 grs = 0,12 centavos o grama!!!

Um baton custa 0,50 cents, e tem 16 grs, então sai: 0,03 centavos o grama do chocolate!!!
Se compararmos, um baton custaria, à preço de Ovo de Páscoa: 2 reais!!!!!!!!!!!!!

Uma barra de Talento custa R$ 2,50...
Tem 100 grs, portanto R$ 0,025 o grama!
A preço de ovo de Páscoa, a mesma barra de Talento custaria 12 reais!!!

E agora a cartada final
Uma barra de Alpino custa R$ 3,50 com 170 grs, portanto R$ 0,022 o grama!!!
A preço dos lindamente decorados ovos de Páscoa, a mesma barra sairia a R$ 20, 40!!!!!!!!!!!!

Vc pagaria 2 reais em um único baton?????
E 12 reais em um Talento???
20 reais em uma barra de chocolate?!?!?!?

Tá certo que o mundo seria bem mais magro, mas num é assim...
Senão também ninguém comprava ovo de Páscoa.
Sem falar que se a gente fosse correr atrás de barras de 1 kg de chocolate, isso sairia da esfera do minimamente aceitável...
Nem vou me dar ao trabalho!!!

Eu não pagaria tanto nunca, mas paguei...



Mas também...
Se pensar, em véspera de feriado é uma merda, no próprio feriado então...

A cabeça fica numa preguiça, a gente acaba se deixando levar pela idéia de que nem pode ficar regulando muito, afinal é Páscoa, Jesus morreu, alguém precisa ficar feliz com alguma coisa, então porque não deixar os proprietários da fábrica de Ferrero Rocher mais ricos num é?!?!?

Ah...

Sei lá...

Só sei que eu já comprei, to numa preguiça de dar dó e só tava afim de protestar em indignado tom de pesar sobre meus gastos com ovos de páscoa.

Mas deixa...

Ano que vem eu mato um cabrito, esfrego o sangue dele na porta e quero ver quem vai querer saber de comemorar a Páscoa aqui em casa de novo!!!


Afinal, se alguém tem que se fuder...

Que não seja mais eu!!!

Feliz Páscoa pra todo mundo!!!!!!!!!



PS: Páscoa não é encher o rabo de ovos...
Além de ser uma frase de cunho malicioso e duvidoso, é uma verdade, e a minha intenção com o texto acima é de crítica...
Quem não tiver entendido ainda, é só sarcasmo mesmo tá!!!

PS 2: E a Ranny disse que eu nunca tinha sido tão racional...

Novos tempos, novas maneiras de agir, pensar (será?) e de ser e escrever, afinal Páscoa significa isso mesmo né: Renovação!!!

domingo, 9 de março de 2008

Pense 10.000 vezes antes de sair de casa domingo!

Minha cabeça mudou...

Isso tem me dado uma tranquilidade que, falando sério, eu não tinha há muito, muito tempo!!!

E bota tempo nisso!

E depois põe mais um pouquinho de tempo!

Agora multiplica por 10!!!

Pronto, agora tá pela metade...

Mas, sejamos realistas, o teatro nunca foi a pedra do meu sapato, de forma alguma, a questão é que minha cabeça está mudando mesmo e eu, também percebo que precisava disso, a cada instante, em cada simples fato da vida!

Mas vamos ao que interessa: sair de casa domingo à noite pra mim era uma coisa inconcebível, desde que comecei a trabalhar como professor em 1995.

E eu, na minha inocência de vaca de abatedouro, que começa a sofrer com a labuta desde o domingo à tarde, imaginava que não existia vida nesse momento de caos, desespero e dor que é o domingo depois das 17hs!.

Então, crente que estaríamos só eu, Nana e Yanne no cinema, me atirei nessa aventura ilusoriamente solitária...

Então, pressenti algo ruim...

Qual não foi minha surpresa ao ver o estacionamento do Taguatinga Shopping lotado? Mas lotado de ter que ficar esperando uma vaga aparecer, que só veio quando uma velha, bondosa e tranquila senhora gorda resolveu ir pra casa depois de ter se empanturrado em algum Mc Merda da vida.

Encabulado com “algo” da confirmação do meu pressentimento, irritado e deveras surpreso com a quantidade de gente, entrei no shopping com a intenção de assistir 10.000 BC (um filme sobre pré-história, que em alguma bobeira de meu cérebro sem atividades vespertinas acreditou servir aos meus propósitos educacionais). Compramos ingressos, biscoitos, refris e chocolates (nas Americanas, óbvio, afinal somente um ser incapacitado matematicamente compraria pipoca pela fortuna que se cobra em nossos cinemas) e partimos pra sessão.

Sabe aquele momento em que você se arrepende de ter saído e imagina o quanto seria melhor ter ficado em casa???

E o pior, meu pressentimento se confirmava, mesmo sem ter acontecido nada!

Imaginei então que esse meu pressentimento tinha algo do ranço de quem não saía de casa pro cinema há anos e, conseqüentemente faz de tudo pra permanecer nessa escuridão social.

Respirei fundo, e segui, passos firmes, olhar acima do nível das cabeças das pessoas, entrei na sala de cinema e me dirigi pra penúltima fila, tranqüilo, sem perceber que a porcaria do ar condicionado estava estragado!!!

Calor à parte, iniciaram uma música que eu classifico como “Música para Vomitar!”

Que inferno auditivo!

Um sujeito gemendo, com uma voz de quem tinha um namorado de 180 kgs por cima dele, atolado até as entranhas...

Uma voz aveludada, afeminada, uma letra que faz tanto pra imitar nossos contemporâneos norte americanos que, raras são as vezes em que você compreende algum tipo de murmúrio, pronunciado na língua pátria.

Um tipo de música pior que aquelas que se houve em prostíbulo de filme nacional.

Mas... apesar de parecer uma eternidade, o tempo passou, os traillers começaram, não sem antes mostrarem uma nova produção de “Como se comportar em um cinema!” que, iludido, imaginei ser completamente desnecessária.

“Desligue o celular, não converse, leve seu lixo, enfim, coisas do tipo.”

O calor começou a incomodar.

Traillers sem rumo, fora de uma linha de interesse, sem ter intenção de que tipo de público deveria ser atingido, enfim, todo tipo de coisas que acabaram me fazendo lembrar mais uma vez de meu pressentimento ruim.

Mas o filme começou...

Uma narração horrível (que no final, li nos créditos, ser de Omar Shariff , que, pela voz, coitado, deve estar com câncer nas cordas vocais) e o filme demorou uma eternidade pra começar a engrenar.

Mentiras atrás de mentiras, estava indo até bem, já que seria de se imaginar que um filme americano jamais conseguiria ser fiel à História (como o tenta ser “Guerra do fogo”, por exemplo), mas chegou uma hora que homens começaram a ser atacados pelos mesmos filhotes de águia ou gavião que tentam tomar a noz do bichinho da Era do Gelo.

Daí não deu...

Que coisa mais maluca!?!?!?

Eu simplesmente não acreditava...

Que absurdo...

Tive uma crise de risos quando um desses filhotes arrepiou as três penas do alto de sua cabeça, numa piada inconsciente, inconseqüente, comparável apenas às das animações da Disney...

O que é aquilo???

Os americanos devem ter perdido o senso do ridículo de vez.

E olha que eu tinha lido uma crítica sobre o filme ontem, em que o autor dizia no título “Diretor abusa de licença poética”.

Abusou mesmo, mas foi da crença na incapacidade humana de assistir alguma coisa e conseguir distinguir “licença poética” de “palhaçada”...

Depois de me virar na cadeira várias vezes o filme seguiu, repleto de mentiras, que diante dos “filhotes” anteriores, dava pra engolir na boa, até que...

Por Deus...

Quem não acreditar que vá assistir...

Colocaram MAMUTES pra ajudar homens a construir pirâmides...

Minha nossa...

Foi simplesmente o fim da picada...

Seria o mesmo que fazer uma limonada misturando peças de carro com terra da lua...

Daí em diante, percebi que meu pressentimento se concretizara da pior forma possível...

Que decepção...

E eu que imaginei marcar uma sessão para os alunos do 1º ano, pra irmos ver algo sobre o conteúdo e depois fazermos um debate sobre as mentiras do filme...

Dado o nível das mentiras, poderia ser com o Jardim II que eles perceberiam algo de estranho em toda a “licença poética” utilizada.

Decepcionado e encharcado de suor, desisti definitivamente de usufruir positivamente de meu programa, quando idiotas atrás de nós atenderam telefones e ficaram falando com “gatinhas” que eles estavam no cinema.

Quisera eu poder fazê-las ver como eles estavam, tal qual um casal gay, dividindo pipoca e reclamando de pouco sal um com o outro (-Você quem mandou colocar menos!!! Não, foi você... Aff...)

Nesse instante, abusei de minha “licença poética” pra me imaginar um judeu em um dos fornos de incineração nazistas...

Que calor infernal!!!!!!!!!!

Mas como tudo que é “ruim e eterno” acaba, o filme conseguiu mostrar um final e nós nos dirigimos pra fora do forno, ops, do cinema.

Aí veio a minha luz...

A razão pela qual eu saí de casa...

O entretenimento da noite...

O filme de terror mais inusitado (pelo menos na minha cabeça)...

Mais repetido e inconcebível que jamais quisera eu crer existir...

Cheio de criaturas estranhas, monstros, dragões, seres amaldiçoados e sem rumo...

Verdadeiros zumbis...

Mortos vivos culturais que acreditam em tudo o que se prega nesses filmes patéticos que assistimos atualmente.

Enfim, o apavorante:

“Samambaia vai ao shopping domingo à noite”

O que é aquilo???

Prefiro nem comentar mais...

Pra falar a verdade, estou escrevendo de medo, medo de ir dormir, medo de perder minha noção do ridículo, medo de querer ouvir funk e achar que isso é bom em algum momento de minha vida...

Medo de tanta gente feia!

De tanta gente esquisita!

Daquele calor!!!

Daquele inferno!!!

Prometo tentar não sair de casa novamente em um domingo à noite!!!

Prometo sempre acreditar em um pressentimento ruim que eu tiver!!!

Só não prometo abrir mão de pensar!!!

Só não prometo abrir mão de imaginar que o mundo seria melhor se tivéssemos alguma cultura!

Só não prometo deixar de criticar o que eu vejo e que me incomoda!!!

Só não prometo que minhas noites de domingo sejam novamente tão sórdidas e vazias quanto antes ou quanto hoje!!!

Só não prometo deixar de ir no cinema de novo, afinal, acreditar é uma das engrenagens essenciais que nos fazem virar noites de domingo, semana após semana, mês após mês, anos após ano, até que deixemos de ter a força vital que nos move e nos faz acreditar que não estamos aqui só pra cumprir tabela.

Pense.

Não desista do seu direito de pensar!!!

Não se torne o zumbi da noite do shopping...